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Gravações de guitarra


Um dos momentos mais esperados de uma gravação é a captação dos takes de guitarra. É onde se iniciam o registro das harmonias do álbum ou do single a ser gravado. Geralmente acontece logo após os takes de bateria e contrabaixo, não menos importantes, claro. Mas hoje, especialmente, vamos falar da guitarra elétrica, o instrumento que mais representa o Rock and Roll!

Hoje em dia, muitas gravações são feitas com simulações digitais no computador, onde os timbres são cada vez mais reais e "quentes". Mas a forma mais orgânica e tradicional de se gravar uma sessão de guitarra, é usando técnicas de microfonação nos auto-falantes do amplificador. E aqui no estúdio, não abrimos mão do prazer de buscar o timbre em um verdadeiro "ampli" valvulado.

Temos dois amplis com timbres distintos para sua gravação de guitarra, um Vox AC30 e um Fender Hot Rod Deluxe, que representam a sonoridade inglesa (médios-agudos "acesos" e maior saturação de pré) e a sonoridade americana (graves encorpados, médios mais presentes e o clean mais procurado entre os guitarristas). Além da nossa recente aquisição, uma caixa Fender com 4 falantes Celestion de 12", que pode trabalhar juntamente com os amplis ou qualquer outro cabeçote amplificado.

Com os amplis escolhidos e variadas técnicas de microfonação, é possível obter o som desejado usando um simples canal e um Shure SM57 ou até vários microfones simultâneos no mesmo take.

Ao microfonar, nós pensamos da seguinte forma: o auto-falante emite muitas frequências ao mesmo tempo. Então devemos posicionar os "mics", de acordo com sua característica sonora, mesclando eixo e borda do auto-falante para varrer as frequências desejadas. Lembrando que, se você quer um som grande, microfone mais de um auto-falante. É possível também, adicionar ambiências de sala com microfones a uma certa distância da fonte sonora. Além de outras variâncias, como a inclinação do microfone e a distância destes para o falante.

Na foto acima, usamos um Neumann Tlm 67 na borda de um Celestion Vintage 30 e um Sennheiser MD421 inclinado e apontado para o eixo. E também, outro MD421 no Vox para trazer o brilho do Celestion Greenback.

Você também pode adicionar distorção harmônica aos microfones durante a captação, usando o ganho dos prés ou até a saturação de uma fita analógica, como nesta gravação da banda Busker Denim, uma homenagem ao grande Jimi Hendrix.

O processo pode sofrer muitas influências, desde os captadores do instrumento, cabos utilizados e até a rede elétrica. Para não tornar o assunto ainda mais extenso, encerramos por aqui com maior dica de todas:


Use e abuse, sem deixar de lado o bom-senso! E se for misturar muitos canais, fique atento com o cancelamento de fase entre eles.


Um abraço

Marco Aurélio Chiara



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